Nutrição ortomolecular, medicina ortomolecular, dieta ortomolecular, terapia ortomolecular e por aí vai. Provavelmente você já viu esses nomes por aí, mas, sabe o que significam?
Eles se referem basicamente à mesma coisa. Aqui você entende melhor sobre.
Vem comigo!
O que é nutrição ortomolecular?
A onda ortomolecular surge com Linus Pauling. Em 1967 esse químico norte-americano leu vários artigos publicados pelos psiquiatras Abram Hoffer e Humphry Osmond. Eles estavam tratando pacientes esquizofrênicos com grandes doses de niacina, a chamada vitamina B3. Pauling ficou surpreso e considerou que essa e outras substâncias, normalmente presentes no corpo humano, mereciam ser distinguidas dos fármacos comuns, passando a chamá-las ortomoleculares.
Assim, a nutrição ortomolecular parte da ideia de que os nutrientes fornecidos pelos alimentos e metabolizados após a digestão passam a fazer parte da composição química das células do corpo e intervêm nas reações bioquímicas, contribuindo com a manutenção da saúde.
Considera que, para tratar muitas doenças é necessário atuar sobre a concentração de determinados nutrientes em nível celular, como:
- vitaminas do complexo B, C, E;
- minerais, por exemplo cálcio, magnésio e potássio;
- lítio, cobre, manganês;
- aminoácidos;
- ácidos graxos essenciais (ômega 3 e ômega 6).
Ou seja, de acordo com essa abordagem, se cada célula do corpo receber os nutrientes ideais para funcionar, o ambiente interno será capaz de controlar as enfermidades, como hipertensão, diabetes, artrite e cânceres, promovendo perda de peso e retardando o envelhecimento.
Apesar de existirem artigos científicos, especializações e cursos sobre nutrição ortomolecular, ela não é considerada uma ciência e não existe comprovação científica de que altas doses de vitaminas, antioxidantes ou outras substâncias sejam capazes de prevenir e combater doenças.
Por si só, esse já é um bom motivo para deixar essa abordagem de lado. Mas abaixo você conhece mais três razões para isso.
3 razões para deixar a dieta ortomolecular de lado
1- Nenhum nutriente por si só é responsável pela nossa saúde
Os nutrientes são indispensáveis para a nossa saúde, mas sozinhos sabemos que não são responsáveis pela manutenção da saúde.
Veja só, precisamos de vitaminas e minerais que adquirimos a partir dos alimentos. Eles desempenham diversas funções no nosso organismo e podem ter relação com diversas doenças. No entanto, isoladamente, não há nenhuma vitamina, mineral ou qualquer outra substância com poder de curar ou prevenir doenças complexas, pois diversas outras coisas estão envolvidas com a saúde.
Além disso, suplementar vitaminas e minerais que já estamos ingerindo e absorvendo em quantidades adequadas por meio da alimentação saudável pode ser um desperdício, pois os nutrientes em excesso são excretados pelo organismo naturalmente.
Por outro lado, dependendo da substância e condição fisiológica, essa suplementação pode acabar sendo tóxica ao organismo. Por isso é necessário consultar um médico e ter muito cuidado com a suplementação por conta própria.
2- É reducionista
Por estar focada no nutriente, a nutrição ortomolecular acaba sendo reducionista. Nessa abordagem são realizados exames laboratoriais e a partir disso o profissional define nutrientes a serem suplementados e prescreve uma dieta ortomolecular.
No entanto, com isso desconsidera que nutrição não é só nutriente. Não comemos proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras, mas sim comida: carnes, ovos, leite, frutas, legumes, verduras preparadas de determinada forma, ou seja, comida.
Além disso, sabemos que questões sociais, culturais, psicológicas, emocionais, comportamentais, genéticas e ambientais estão relacionadas com a alimentação.
Veja só, muitas vezes exageramos na comida e comemos só alimentos ultraprocessados, mas não necessariamente por desconhecimento sobre a importância de ter moderação no consumo deles. A grande oferta desses alimentos, a falta de tempo na sociedade contemporânea e as situações de estresse acabam nos levando a descontar na comida.
Dessa forma, não tiro a importância de entender sobre os nutrientes, mas é importante compreender que a alimentação é muito complexa e vai além deles.
3- É pouco flexível
De forma geral, a nutrição ortomolecular preza pelo consumo de alimentos frescos e comida caseira, e por evitar os industrializados.
No entanto, ela também busca uma alimentação rigorosamente balanceada. Isso pode acabar levando a uma perda de flexibilidade da alimentação. Sendo pouco flexível, também é possível que seja restritiva e como sabemos, as dietas restritivas podem ser bastante prejudiciais à saúde, contribuindo para efeito sanfona, deficiências nutricionais e mesmo ser um gatilho para o desenvolvimento de transtornos alimentares.
Isso tudo porque o seu cérebro odeia dietas, como mostro no vídeo abaixo:
Por isso, em vez de nutrição ortomolecular, minha sugestão é que você busque conhecimentos diversos na Nutrição para que assim possa tratar os pacientes de forma cada vez mais ampla, respeitosa e humanizada!
Saiba mais!
Se quer saber mais sobre nutrição ortomolecular, tenho uma dica final para você.
Após muitos pedidos de profissionais de saúde que entraram em contato comigo, criei o curso Método Sophie.
Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.
O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.
A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos.
Veja o que eles acham da minha metodologia:
Se você se identifica com essa linha de trabalho, não deixe de conferir mais informações sobre o curso abaixo:
→ Saiba mais informações sobre o curso!←
E se ainda não for o momento de fazer o curso, fique à vontade também para assistir uma das minhas próximas palestras ou mesmo agendar uma consulta no meu escritório.
Referência
CARTER, Steven. Origins of Orthomolecular Medicine. Integr Med (Encinitas), v. 18, n. 3, p. 76, 2019.
Se gostou deste artigo sobre nutrição ortomolecular, provavelmente vai adorar ler estes posts que separei para você:
- Você sabe o que é nutrição comportamental? Como ela funciona? Descubra aqui
- Qual a importância do atendimento multidisciplinar? 4 dicas
- Guia prático: como escolher nutricionista?
