Você sabe o que é a dieta da proteína? Muito popular no universo das dietas, ela é mais uma das que prometem uma perda de peso rápida. Mas será que funciona mesmo?
Venha comigo e descubra!
O que é a dieta da proteína?
Como o nome sugere, ela tem como principal objetivo aumentar a quantidade de proteínas da alimentação. Com ela, é incentivado o consumo irrestrito também de alimentos ricos em gorduras, enquanto se perde com a pouca ingestão de carboidratos.
Em geral, essa dieta recomenda consumir de 20 a 90 gramas de carboidratos. Isso é muito pouco!
Só para você ter uma noção, uma porção de 100g de arroz, tem quase 30g de carboidratos. Essa é uma quantidade média do que geralmente consumimos durante o almoço.
Mais proteína e menos carboidrato: porque essa conta não é positiva?
Muitas são as dietas das proteínas. Entre elas podemos citar:
- low carb;
- cetogênica;
- paleo.
Todas buscam um maior consumo de proteínas e menor de carboidratos. Mas, por quê?
O motivo é que quando a ingestão de carboidratos é minimizada, os estoques de glicogênio e as gorduras são usados como fontes de energia. Isso causa uma perda inicial de peso por diurese e cetose.
A cetose é a produção de corpos cetônicos: produtos da transformação das gorduras em glicose para ser usado como energia. Esse mecanismo é comum e acontece quando temos pouca glicose circulando pelo corpo.
Por exemplo: ao passar muito tempo sem comer, utilizamos as gorduras como fonte de energia e para isso é preciso produzir corpo cetônicos.
No entanto, quando esse processo acontece em excesso e por longos períodos, pode trazer consequências negativas para a saúde. Por isso não vale a pena fazer a dieta da proteína.
Entenda melhor os porquês abaixo.
Dieta da proteína não vale a pena! 4 motivos
1- Não é sustentável
Apesar de possivelmente proporcionar uma perda de peso a curto prazo, a dieta da proteína não se sustenta no longo prazo. O motivo se explica pela dificuldade de passar a vida toda comendo pequenas quantidades de carboidratos.
Os corpos cetônicos podem ser tóxicos ao organismo e gerar uma série de problemas, como: dor de cabeça, irritabilidade e náuseas.
Além disso, em maior grau, a cetoacidose (mais comum no diabetes), deixa o sangue ácido, podendo ocasionar complicações graves.
2- Causa problemas de saúde
Ao restringir os carboidratos, essa dieta elimina muitas fontes de nutrientes, vitaminas, minerais e fibras. O que pode causar deficiências nutricionais e constipação.
Por, geralmente, aumentar as quantidades de proteínas derivadas de fontes animais, os alimentos consumidos têm mais gorduras saturadas e colesterol. Em excesso elas podem contribuir para doenças cardiovasculares.
Vale citar que grande parte da perda de peso é, na verdade, perda de água. Nesse sentido, a dieta pode ocasionar, inclusive, desidratação.
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3- Demoniza carboidratos
Já percebeu que a dieta da proteína trata carboidratos como vilões e proteínas como mocinhas? Mas isso não é uma verdade! Cada nutriente apresenta funções distintas no organismo e todos eles são muito importantes.
Confira a seguir a relevância de cada um para o seu organismo.
Carboidratos e gorduras
Muito presentes no arroz, macarrão, batatas, raízes, mel e açúcares, os carboidratos são a nossa fonte de energia mais eficiente. Assim como eles, as gorduras também são fontes energéticas.
As gorduras também são importantes na absorção e transporte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), como isolante térmico e muitas outras funções.
Proteínas
Os alimentos fontes de proteínas, como as carnes, ovos e laticínios são considerados construtores. O motivo é que eles promovem o crescimento e restauração de ossos, dentes, órgãos, músculos e outros tecidos.
Como podem ver, todos esses nutrientes apresentam seu papel e devem ser consumidos em quantidades adequadas. Nem demais nem de menos!
Dito isto, não há porquê demonizar ou endeusar uns nutrientes em detrimento de outros.
4- É restritiva
A dieta da proteína restringe alimentos ricos em carboidratos e esse é, por si só, um motivo para você não aderir a dietas desse tipo. Trata-se de mais um modismo alimentar, que nos insere no ciclo vicioso das dietas restritivas. Veja como ele acontece na imagem abaixo.
A pessoa restringe a alimentação, depois de um tempo percebe o emagrecimento, mas de repente vem a sensação de frustração, cansaço e tristeza. A tendência, então, é sentir um forte desejo pelo alimento proibido, neste caso, os ricos em carboidratos.
É um ciclo que traz como consequências:
- exagero alimentar;
- culpa;
- ganho de peso;
- insatisfação corporal;
- nova dieta restritiva.
É um processo que cada vez mais agride o nosso corpo e a nossa mente. Lembre-se que as restrições alimentares podem até ser um fator de risco para os transtornos alimentares e, em menor grau, promover uma relação difícil com a comida.
Por esses e outros motivos, que estou sempre insistindo no mesmo assunto: Não faça dietas restritivas! Você pode e deve comer de tudo (mas não tudo!), respeitando a sua fome e cultivando uma relação de paz com a comida e com o corpo em prol da saúde física e mental.
Saiba mais sobre o assunto no vídeo abaixo. Aperte o play!
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Nele, eu não vou falar sobre as últimas dietas da moda, alimentos milagrosos ou fórmulas mágicas de emagrecimento. Até porque não acredito em nada disso!
A minha missão é te ajudar a fazer as pazes com a comida e corpo, a identificar o seu comportamento e relacionamento diante da comida. Para que, enfim, você possa encarar a alimentação como algo prazeroso, sem estresses e muito menos culpa.
Com algumas dicas práticas, sempre focando na sua saúde e no seu bem-estar, você poderá alcançar o SEU peso saudável, de forma gradual e duradoura. O peso é consequência da sua saúde.
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Referência
DERAM, Sophie. O peso das dietas: emagreça de forma sustentável dizendo não às dietas. 2.ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
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