Ferramentas de coaching nutricional são técnicas que buscam conectar o paciente ao tratamento proposto pelo nutricionista, estimulando confiança e comprometimento sem a necessidade de prescrever dietas e sem pressão. São ideais para promover o bem-estar.
Nos últimos tempos, cresceu bastante o interesse por ferramentas de coaching nutricional. Isso porque elas podem ajudar os profissionais nutricionistas a cuidar da alimentação das pessoas a partir de uma uma abordagem centrada no paciente e sem dietas restritivas.
Os profissionais de saúde são os mais indicados para atuarem como coachs de saúde, o que exige uma formação específica. No entanto, não precisa ser coaching em nutrição para utilizar ferramentas de coaching nutricional.
Você pode utilizar essas ferramentas com o objetivo de contribuir nos seus atendimentos e nos tratamentos de seus pacientes, sem que isso faça de você um coach. Tudo bem?
Por isso, selecionei 5 ferramentas de coaching para nutricionistas que podem ajudar você a atender de forma mais colaborativa e eficaz. São elas:
- Entrevista Motivacional
- Metas
- Balanço Decisório
- Modelo Transteórico
- Comunicação não-violenta
Vamos lá entender cada umas delas em detalhes?
1 – Entrevista motivacional
Em alguns momentos, o processo de coaching pode inserir as técnicas da entrevista emocional. Trata-se de uma ferramenta que busca a motivação do paciente.
Lembre-se que a motivação é individual. Só a própria pessoa pode se motivar ou desmotivar, o que chamamos de auto motivação ou motivação intrínseca. Ela muda com o tempo e é influenciada por fatores externos e internos.
Nos sentimos motivados a aprender algo novo ou pelo estímulo de sensações que proporcionam prazer, por exemplo, quando sentimos bem-estar ao ter uma alimentação equilibrada.
Mas também podemos nos sentir motivados quando somos elogiados por emagrecer. Nesse caso, chamamos de motivação extrínseca, que é gerada pelo ambiente e pode ser trabalhada pela entrevista emocional, para se tornar mais autônoma e menos determinada por questões externas.
2 – Metas para mudanças de comportamento
Muitas pessoas questionam o que faz um nutricionista que não prescreve dietas. Sabemos que qualquer atendimento vai muito além da prescrição.
Se a dieta é a ferramenta principal de uma consulta tradicional, a definição de metas pode estar entre as ferramentas de coaching nutricional mais utilizadas em uma abordagem não prescritiva.
A ideia dessa abordagem é que a nutrição ofereça um atendimento diferente e humanizado, levando em conta o bem-estar mental do paciente, tanto quanto o físico. Falei sobre isso com o Cezar Vicente, nutricionista que compartilha desse ideal comigo. Confira:
Identifica-se quais as prioridades e o objetivo principal do paciente, a partir disso as metas são definidas de forma colaborativa, junto do nutricionista. As metas precisam ser específicas, alcançáveis e sustentáveis.
Tome como exemplo alguém que apresente uma doença crônica como o diabetes. Sua prioridade pode ser adquirir mais qualidade de vida. Paciente e profissional podem perceber a necessidade de evitar exageros, praticar atividades físicas, lidar melhor com o estresse. É a partir dessa percepção que as metas são definidas.
3 – Balanço decisório
Essa é uma das ferramentas de coaching nutricional que pode ajudar aquele paciente que ainda não está totalmente pronto para mudar.
O profissional pede para que ele escreva os prós e contras de aderir a uma determinada mudança de comportamento.
O paciente também pode avaliar de 0 a 10 a importância de determinado hábito. Esse resultado, que considera 0 pouco importante e 10 muito importante, pode indicar o grau de resistência e de motivação, levando o nutricionista a trabalhar esses pontos no decorrer do tratamento.
4 – Modelo transteórico
O modelo transteórico é o pilar teórico do coaching. Baseia-se em 5 estágios de mudança de comportamento, sendo eles:
- Pré-contemplação: a pessoa mostra-se resistente à mudança;
- Contemplação: começa a perceber a importância da mudança, mas ainda não está disposta a colocar os planos em prática;
- Decisão: inicia-se uma preparação para a mudança;
- Ação: ocorre a mudança propriamente dita;
- Manutenção: a mudança é mantida.
Lembre-se que não se trata de um processo linear. O paciente pode ter recaídas e voltar para estágios passados ou já iniciar o tratamento em um estágio avançado.
5 – Comunicação não violenta
Foi desenvolvido na década de 1960 durante o movimento dos direitos civis americanos por Rosenberg.
É uma forma de comunicação, como também de resolver conflitos. A proposta é utilizar uma linguagem assertiva: nem passiva, nem agressiva. Nesse caso, não se deve impor opiniões nem fazer julgamentos. Ou seja, não se trata de apontar os “erros” do paciente, mas indicar com empatia o que se observa como necessário para mudar.
Coaching e Nutrição Comportamental
Agora que você conhece as ferramentas de coaching nutricional, vale lembrar o que é o coaching e a sua relação com a nutrição comportamental.
O coaching é um processo de apoio ao desenvolvimento de competências e habilidades de pessoas que estão em busca de atingir seus objetivos, o que pode incluir mudanças de hábitos alimentares e uma vida mais saudável.
Na Nutrição Comportamental, que traz uma abordagem diferente do modelo prescritivo de atendimento, busca-se a mudança de comportamento a partir de objetivos definidos em conjunto com o paciente. Isso se assemelha bastante ao coaching e ambos se baseiam na escuta, não julgamento e empatia.
Uma diferença entre eles diz respeito ao fato de que os coachs devem atender pessoas saudáveis, enquanto que aqueles pacientes com questões emocionais e de saúde devem ser tratados por profissionais de saúde.
Com isso em mente, entendemos melhor o que significa o que é coaching para nutricionistas.
Como aplicar as ferramentas de coaching nutricional no seu consultório?
Se quer saber mais sobre ferramentas de coaching para nutrição que podem ser utilizadas no seu consultório, tenho uma dica final para você. Após muitos pedidos de profissionais de saúde que entraram em contato comigo, criei o curso Método Sophie.
Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.
O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.
A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos.
Veja o que eles acham da minha metodologia:
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E se ainda não for o momento de fazer o curso, fica à vontade também para assistir uma das minhas próximas palestras ou mesmo agendar uma consulta no meu escritório.
Referências
FIGUEIREDO, Manoela et al. Ferramentas de coaching e seu uso na Nutrição Comportamental. In: ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.
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