- Queixa principal
- Rotina da família
- História clínica e familiar
- Hábitos Alimentares
- Avaliação do desenvolvimento
A anamnese nutricional infantil deve sempre ser iniciada com o estabelecimento de um vínculo entre o nutricionista, a criança e os pais ou cuidadores e ser pautada no respeito e na confiança mútua.
É a partir da anamnese ou da história de vida (como também é chamada), que podemos adquirir informações valiosas sobre os hábitos alimentares, estilo de vida, avaliação socioeconômica, queixa principal, rotina, vínculos familiares, etc.
Todas essas informações serão de grande valia para que as estratégias nutricionais possam ser definidas em conjunto e de acordo com os problemas e questões do paciente. Por isso a anamnese é tão importante.
E quando se trata de uma anamnese nutricional infantil algumas particularidades devem ser abordadas nesse estágio da consulta com um nutricionista.
Aqui vou mostrar alguns pontos que não podem faltar na anamnese nutricional com crianças.
Vamos lá?
5 pontos para abordar na anamnese nutricional infantil
1. Queixa principal
O que levou o paciente a procurar atendimento? É importante fazer essa pergunta e dar bastante atenção ao que os pais, cuidadores e/ou a criança trazem como queixas. Elas podem ter relação direta com a nutrição e a alimentação ou não, mas de toda forma precisam ser levadas em consideração.
2. Rotina da família
O que a criança faz durante todo o dia, se está na escola ou não, e como é o trabalho dos pais são questões sobre o dia a dia da família que podem afetar a alimentação, por isso investigá-las pode ser muito interessante para uma anamnese nutricional infantil.
3. História clínica e familiar
Perguntar sobre a existência de enfermidades na família ajuda a identificar alguma predisposição da criança a desenvolver algo semelhante, portanto é importante que essa informação esteja na ficha de anamnese nutricional infantil.
Também verifique os tratamentos médicos que a criança realizou anteriormente, alteração de peso, existência de doenças crônicas, exames realizados, remédios utilizados, etc.
4. Hábitos alimentares
Como nutricionista devemos investigar minuciosamente a alimentação da criança, antes e atualmente, como também de toda a família. Dependendo da idade do paciente, a anamnese nutricional infantil deve abordar questões diferentes.
Por exemplo, até os 6 meses torna-se importante questionar sobre a presença de aleitamento materno e as dificuldades na amamentação. A partir dessa idade o bebê inicia a introdução alimentar e outros desafios aparecem. Com 2 anos a criança já pode comer de tudo e com o avançar da idade pode tornar-se mais autônoma, de modo que outras práticas alimentares precisam ser investigadas.
5. Avaliação do desenvolvimento da criança e exame físico
O desenvolvimento da criança diz respeito a adquirir habilidades e funções que são avaliadas de acordo com condutas e capacidades esperadas para a idade. O exame físico e sinais clínicos observados na boca, cabelos, mucosas, peles e unhas podem indicar carências de micronutrientes e problemas na alimentação.
Realizar uma avaliação antropométrica também faz parte de uma avaliação nutricional infantil que ajuda a identificar se o crescimento e o ganho de peso estão acontecendo de forma adequada, ou se existem, considerando diversos outros parâmetros, desnutrição ou obesidade infantil.
Os pontos acima são alguns elementos importantes para uma anamnese nutricional infantil, no entanto diversas outras questões podem se mostrar necessárias. Portanto, não precisa se ater a uma ficha de anamnese nutricional infantil. Em vez disso, seja flexível e considere as necessidades da criança e de seus cuidadores.
Para realizar uma boa anamnese nutricional infantil, foque na comunicação
As perguntas que fazemos durante a anamnese nutricional infantil são imprescindíveis, pois elas irão orientar as consultas e o tratamento nutricionais. No entanto, tão ou mais importante que isso é o modo como fazemos essas perguntas e nos comunicamos com as crianças e seus pais ou cuidadores.
Estou me referindo não apenas à comunicação verbal, mas também à comunicação não verbal. Ela pode acontecer, por exemplo, quando o nutricionista realiza a avaliação antropométrica e toca a criança de forma apropriada, com gestos firmes e delicados, promovendo uma atmosfera em que pais, cuidadores e crianças sentem-se bem.
A comunicação não verbal também está presente quando o profissional fala com a criança no mesmo nível e o ambiente não apresenta distrações, nem barreiras físicas como mesas, além de se mostrar disponível e pronto para a escuta.
E claro, a comunicação verbal também não deve ser deixada de lado. Lembre-se que nosso papel como nutricionista não é apenas fornecer informações, mas também contribuir com o processo de mudanças de atitudes alimentares.
Nesse caso, evite fazer julgamentos quanto ao peso ou hábitos alimentares e respeite os sentimentos e crenças dos pais e das crianças. E em vez de formulário ou ficha de avaliação nutricional infantil com perguntas fechadas, que podem ser respondidas simplesmente com “sim” ou “não”, experimente utilizar perguntas abertas que estimulam os pacientes a darem mais informações e podem deixá-los mais à vontade.
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Referência
FIGUEIREDO, Maria Claudia Diniz et al. Consulta de nutrição na primeira infância: uma proposta de protocolo de atendimento. Nutrire, v. 40, n. 2, p. 162-172, 2015.
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