As metas nutricionais são uma espécie de guia para o paciente, auxiliando-o em suas mudanças alimentares. Para estabelecer metas nutricionais eficazes:
- Seja um facilitador;
- Lembre-se que as metas não envolvem perda de peso;
- Identifique o objetivo principal;
- Trace metas graduais;
- Use o acrônimo de metas;
- Questione a prontidão para realizar a meta;
- Considere que nem sempre o paciente atingirá a meta.
Algo que tenho utilizado bastante em meu consultório são as metas nutricionais. Elas permitem um atendimento nutricional individualizado e tem dado bons resultados com os pacientes.
As metas funcionam como um guia. É uma forma mais concreta de estabelecer objetivos e pode aumentar a possibilidade do paciente se engajar em uma mudança.
Essa estratégia contribui para o aprendizado e para a mudança de comportamento. E sabe o que isso gera?
Uma nova maneira de lidar consigo mesmo, com a alimentação, com o corpo, com os colegas, familiares e amigos com quem se convive, e até com as questões do ambiente que influenciam a alimentação sem que nem ao menos percebamos.
Se você se interessa em oferecer uma intervenção nutricional sem prescrição dietética, talvez esse seja o momento de utilizar as metas nutricionais no seu consultório. Aqui, vou apresentar 7 passos para estabelecê-las.
Vem comigo!
Como estabelecer metas nutricionais em 7 passos
1 – Seja um facilitador
Algo primordial ao estabelecer metas nutricionais (que também são ferramentas de coaching nutricional) é entender que esse é um trabalho conjunto, mas as metas são do paciente. O nutricionista irá atuar apenas como um facilitador para ajudar nessa definição, considerando a vida e a rotina do paciente.
2 – Lembre-se que as metas não envolvem perda de peso
Pode ser muito tentador estabelecer metas nutricionais como “perder 2 quilos em um mês”, porque muitos pacientes buscam perder peso e podem parecer mais motivados e engajados com metas desse tipo. No entanto, é importante lembrar que o peso é uma consequência das mudanças comportamentais e não uma meta em si.
Em vez de dar tanta atenção ao peso, ajude o paciente a focar em seu comportamento alimentar com metas factíveis.
Falo mais sobre o assunto neste vídeo do meu canal:
3 – Identifique o objetivo principal
Antes de estabelecer as metas nutricionais propriamente ditas, é de suma importância que o nutricionista e o paciente identifiquem qual o objetivo principal, que vai diferir de pessoa para pessoa.
O paciente pode ter vários aspectos da sua alimentação que deseja mudar, mas cabe ao nutricionista ajudá-lo a priorizar aquilo que é mais importante e passível de mudança no momento.
Por exemplo, uma mulher de 30 anos que deseja engravidar pode ter como objetivo principal ser uma pessoa mais saudável para receber seu bebê, enquanto um adolescente pode desejar sentir-se bem com o seu corpo e consigo mesmo.
4 – Trace metas graduais
Com o objetivo traçado, as metas nutricionais podem ser efetivamente estabelecidas. É importante que não haja uma grande quantidade delas. Três pode ser um bom número para um determinado prazo, mas mais que isso pode atrapalhar em vez de ajudar. Também é importante que as metas sejam graduais, iniciando das mais simples.
5 – Use o acrônimo de metas
Uma ferramenta de grande valia nesse momento é o “acrônimo de metas” que a partir das iniciais de “METAS” ou “SMART” (em inglês) nos indica como as metas nutricionais devem ser. Veja a seguir:
Motivo. Paciente e nutricionista devem pensar um motivo que impulsiona o cumprimento da meta criada.
Específica. Detalhar da melhor forma possível as metas. Como adiante:
- Sábado: ir à feira; domingo: cozinhar e congelar comida; na noite anterior de cada dia da semana: retirar a comida do congelador e preparar uma marmita.
Tempo. Deve ser definido um prazo para o cumprimento das metas. Por exemplo, 1 semana para iniciar e 3 meses para acompanhar o processo.
Alcançável: as metas nutricionais precisam ser realistas e alcançáveis, caso contrário é bem possível que gerem desmotivação e frustrações. Por isso, é importante sempre refletir se elas são graduais, flexíveis e se podem realmente ser realizadas considerando a vida e a rotina do paciente.
Sustentável ou significado pessoal. Essas metas podem ser sustentadas a longo prazo? Essa é uma questão que deve ser feita. Do mesmo modo, o paciente deve refletir se elas fazem sentido para ele e o nutricionista irá ajudar nesses questionamentos.
6 – Questione a prontidão para realizar a meta
O nutricionista pode questionar quão pronto para realizar essa meta o paciente está. Ele pode dar uma nota de 0 a 10 para isso. Acima de 7 é bem possível que ele esteja realmente preparado e motivado. Mas menos que isso indica que a meta precisa ser revista e ajustada.
Percebendo que o paciente está pronto para a mudança, o nutricionista pode pedir que ele escreva com suas próprias palavras a meta, o passo a passo para realizá-lo, o prazo e os pontos positivos de cumprir esta meta.
7 – Considere que nem sempre o paciente atingirá a meta
Recaídas e o não cumprimento das metas fazem parte do processo. Isso deve ser discutido nas sessões com o nutricionista. Somos humanos e nossas vidas não são estáticas. O dinamismo e determinados eventos e imprevistos podem contribuir para que uma meta não seja realizada como planejada.
Em caso de não cumprimento, o paciente deve ser acolhido e aceito, evitando-se julgamentos. O nutricionista pode mostrar a ele que essa experiência vista como negativa pode ser um momento de aprendizado e em seguida reavaliar e ajustar as metas nutricionais em conjunto.
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Após muitos pedidos de profissionais de saúde que entraram em contato comigo, criei o curso Método Sophie.
Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda é pouco estudado nas faculdades.
O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.
A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos.
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Referência
ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.
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